segunda-feira, 15 de maio de 2017

MENTIRAS VERDADEIRAS E VERDADES MENTIROSAS


parte 1 - Homem Ruim


         Aos 7 anos de idade, em uma manhã comum de inicio de semana, fui as seis e quarenta a padaria que ficava ( que por sinal continua a mesma, bela e calma) no final da esquina na rua lateral a minha casa, esta sendo uma casa considerada como vizinha da mangueira, ao chegar  fiz o costumeiro pedido de pães e pãezinhos de queijo para o padeiro, cumprimentei os fregueses, fiz o pagamento e voltei para o caminho de casa, este caminho que sempre me pareceu seguro;vistos pelos olhos ainda inocentes da realidade malévola de alguns seres considerados como humanos; quando quase alcançava a esquina de minha veio um homem de aproximadamente 47 anos de idade, em um carro antigo da cor marrom amarelado, de forma meio quadrada mas divergente do uno antigo, e passou lentamente do meu lado com o pênis de fora e os sacos cheios de cabelos negros assim como sua horrenda barba e cabelos grandes como a época permitia, com um sorriso debochado veio a acelerar em minha direção, o que pretendia não parei para saber apenas corri desesperada para casa tranquei o portão pequeno de grades, tranquei a porta, e infelizmente no dia estava sozinha com minha irma porque a baba não havia chegado, corri peguei o telefone e liguei para a policia, pensando eu que de algo adiantaria, a ligação rápida foi atendida como também foi rapidamente desligada, queriam saber se eu tinha parado para anotar a placa do carro, se algo tinha acontecido, mas logico que tinha, não iria ligar em desespero por nada, que criança em sã consciência conseguiria anotar uma placa de um maldito estuprador, pelo amor de deus, o minimo que deviam ter feito era mandar uma viatura para uma ronda no setor, uma lata velha daquelas não iria longe. 
        Acho que deste momento em diante tomei ódio de policiais, depois descobri que o sistema que não era correto, hoje acho que todos somos errados de certa forma, pois a vida e um carretel influenciável, que nem sempre aqueles de boas ações conseguem agir primeiro.
        Eu chorei aquele dia, não por ver algo que ainda não tinha total conhecimento, mas sim por não recebido uma ajuda quando precisei. Pensei que o medo tinha feito isso comigo, porem aquela cena se repetiu outras vezes mas outra que marcou foi aos meus 14 anos quando voltava da escola e um homem em uma bicicleta, short vermelho de futebol e camisa branca repetiu a cena enquanto eu e minhas amigas íamos para nossas casas, nesse dia não pude ser medrosa, pois tive que ajuda-las e correr também rsrs.
          Hoje percebo apenas que fui uma criança de muita sorte e protegida, há tantas que não vivem, que não chegam a ter uma infância, adolescência, por culpa de seres que a ciência diz terem distúrbios psicológicos, que fazem barbaridades com pessoas que muitas  das vezes só querem viver uma vida comum, mas vive-la e não apenas sobreviver nela.



Se sobreviver é o que me resta porque então eu viveria...
Que este pensamento não passe de uma confusão momentânea
 de sentimentos tortuosos
que uma noite sombria veio trazer e
Que o raiar do dias faça desaparecer e assim 
como as águas do rio novamente eu venha reviver.....